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A Reservas Votorantim materializa o compromisso da Votorantim com a conservação de territórios e recursos hídricos e com o desenvolvimento das comunidades por meio da gestão do Legado das Águas.
É a maior reserva privada de Mata Atlântica do País, com 31 mil hectares espalhados pelas cidades paulistas de Juquiá, Miracatu e Tapiraí. Adquirido na década de 1950, esse território foi institucionalizado como Legado das Águas pelas quatro empresas fundadoras – CBA, Votorantim Cimentos, Votorantim Energia e Nexa – em 2012, quando a Votorantim assumiu formalmente o papel de mantenedora, comprometendo-se a proteger e manter a área.
Em decorrência da pandemia da Covid-19, foram interrompidos os processos produtivos e comerciais do Legado das Águas entre março e setembro de 2020. Mesmo com esse impacto, a Reservas assumiu o compromisso de manter todos os postos de trabalho, inclusive terceirizados, e os contratos com fornecedores – com os quais negociou otimizações de processos e custos para a continuidade das parcerias.
Enquanto a reabertura não ocorria, a Reservas envolveu a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo em um trabalho de preparação para o retorno das ações de uso público (ecoturismo, estudo do meio ambiente e educação ambiental), o que incluiu treinamento de equipes e elaboração de vídeo e manual de protocolo de segurança que vem servindo de referência para outras organizações. Avançou ainda na proximidade com os municípios do entorno do Legado, beneficiados pelo plano de ação de combate à pandemia liderado pelo Instituto Votorantim, recebendo, assim, apoio técnico e doações de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e respiradores para o setor da saúde e de vale-alimentação para as famílias em situação de vulnerabilidade.
Além disso, a empresa manteve estreito contato com seus parceiros por meio de lives e outras iniciativas de interação, como um concurso de pintura de imagens da Mata Atlântica para crianças. Essas ações contribuíram para a ampliação do engajamento nas redes sociais do Legado das Águas, que, de março a dezembro, acumulou mais de 4 mil novos seguidores no Instagram. As atividades para o público foram retomadas parcialmente no fim de setembro e alguns contratos já estavam em tramitação para a execução de compensações ambientais.
Outra ação desenvolvida pela Reservas, em parceria com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA), o Projeto Pomar Urbano, de revitalização da Marginal Pinheiros, em São Paulo, utilizando mudas cultivadas no Legado das Águas, manteve seu ritmo de expansão com a manutenção das espécies existentes na área, no início do ano, e a execução de uma segunda fase de plantio a partir de novembro. No total, mais de 200 árvores e 2 mil mudas de espécies arbustivas da Mata Atlântica foram plantadas no trecho de 12 quilômetros que compreende o projeto, fortalecido no ano pelo ingresso de novos parceiros, que, assim como o banco BV, passaram a ser Empresa Amiga do Legado – selo de reconhecimento às empresas e instituições que definem ações, planos de trabalho e estratégias de contribuição para a conservação da Mata Atlântica e/ou, direta ou indiretamente, criem mecanismos para a geração de receita direcionada à manutenção da própria área.
Ainda na área de paisagismo, mas com foco no varejo, foi inaugurado, no fim do ano, o Pátio Caeté, espaço para comercialização de espécies nativas da Mata Atlântica, no bairro da Vila Leopoldina, em São Paulo, onde a Altre desenvolve empreendimentos imobiliários. Seu público-alvo são paisagistas profissionais e entusiastas da flora nativa, os quais têm ampliado a demanda por essas espécies em seus projetos, valorizando a biodiversidade brasileira. A maioria dos produtos comercializados no espaço (entre eles árvores emblemáticas, como o cambuci, a embaúba e o palmito-jussara) são cultivados no Legado das Águas.
As pesquisas científicas conduzidas na área também foram mantidas – uma das quais conferiu ao Legado das Águas, pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), o título de Área Prioritária Global e um dos últimos refúgios para o muriqui-do-sul, maior primata das Américas, que está sob risco de extinção. No fim de 2020, seis estudos estavam em andamento, sendo quatro projetos internos e dois desenvolvidos com parceiros, entre eles o que considera a possibilidade de reintrodução de onças na Mata Atlântica, em parceria com a Associação Onçafari, visando à conservação da espécie – objetivo do trabalho já desenvolvido pela associação no Pantanal. Outro destaque foi a descoberta de uma espécie inédita de orquídea, que leva o nome do Legado das Águas, em um estudo conduzido no local pelo Instituto de Botânica de São Paulo e pela Zandoná Conservação.
Especificamente com o Instituto Butantan, de São Paulo, a Reservas intensificou a parceria para a conscientização das comunidades do Vale do Ribeira sobre a importância da preservação de espécies de cobras, aranhas e outros animais abrigados na região, assim como as formas de conviver com elas e os socorros imediatos que devem ser adotados em casos de acidentes.
Floresta para Reservas Legal
De acordo com o Código Florestal, a Reserva Legal necessária para o bioma da Mata Atlântica deve corresponder a 20% do total da propriedade.
Caso os proprietários rurais decidam pela compensação ambiental, utilizando uma área de vegetação nativa existente em outra propriedade, poderão utilizar o modelo de negócio de Reserva Legal do Legado das Águas. Nesse modelo, o proprietário arrenda, por uma taxa anual, a área correspondente à compensação necessária no Legado, onde já exista floresta conservada, cabendo a Reservas Votorantim a gestão e a manutenção do local.