Relatório Anual 2020

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Relações com Investidores

Apesar dos impactos da pandemia na economia global, a Votorantim foi capaz de manter sua classificação como grau de investimento por duas agências de riscos, a Standard & Poor’s e a Fitch Ratings, compondo um grupo seleto de empresas. A Moody’s, por sua vez, alterou a perspectiva de negativa para estável em razão do desempenho operacional mais forte do que o esperado no início da crise da Covid-19.

Os impactos da pandemia sobre os resultados foi tema recorrente das demandas dos investidores ao longo do ano. As ações de combate à Covid-19, tanto internas quanto nas ações à sociedade apoiadas pela Votorantim, foram amplamente divulgadas, inclusive para o público investidor.

O elevado grau de transparência que marca o relacionamento com investidores, analistas e credores – alinhado ao de companhias de capital aberto – foi evidenciado em uma série de conference calls de resultados, que também foram realizadas em substituição aos eventos tradicionais, Encontro com o Mercado e Votorantim Day – cancelados em razão da necessidade de distanciamento social. Manteve-se ainda à disposição o site de Relações com Investidores, em português e inglês, que concentra, entre outras informações, os resultados operacionais e financeiros e comunicados ao mercado.

Resultados 2020

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Apesar dos efeitos da Covid-19, as empresas do portfólio mantiveram suas estabilidades operacionais, finalizando o ano de 2020 com resultados acima do projetado no início da pandemia. A agilidade em responder aos impactos da crise, implementando planos de contingência e aumentando os níveis de liquidez, a solidez das empresas e a prudência histórica com que a Votorantim conduz os seus negócios foram alguns dos fatores que permitiram a manutenção de métricas financeiras saudáveis.

A Votorantim Cimentos apresentou maior volume de vendas em todas as regiões e dinâmica positiva de preços principalmente no Brasil e na América do Norte. Na Nexa, houve o efeito positivo dos preços dos metais em reais. Na CBA, houve também o maior volume de vendas por conta da consolidação das operações de laminado de Itapissuma, em Pernambuco. Todos esses fatores impactaram positivamente a receita líquida consolidada.

A receita líquida encerrou o ano em R$ 36,7 bilhões, montante 19% superior em relação a 2019. O crescimento foi impulsionado, sobretudo, pelos melhores resultados operacionais dos negócios de cimento e metais e pela desvalorização do real frente ao dólar norte-americano, afetando positivamente a consolidação das operações no exterior.

A Votorantim Cimentos apresentou maior volume de vendas em todas as regiões e dinâmica positiva de preços principalmente no Brasil e na América do Norte. O efeito dos preços dos metais mais altos na London Metal Exchange (LME), ao longo do ano, Na Nexa, houve o efeito positivo dos preços dos metais em reais. Na CBA, houve também o maior volume de vendas por conta da consolidação das operações de laminado de Itapissuma, em Pernambuco. Todos esses fatores impactaram positivamente a receita líquida consolidada.

O Ebitda ajustado totalizou R$ 6,9 bilhões, aumento de 35% na comparação com o de 2019, também reflexo dos melhores resultados operacionais.

A Votorantim encerrou o exercício com prejuízo líquido de R$ 3,1 bilhões, ante um lucro líquido de R$ 4,9 bilhões em 2019. O resultado é explicado, principalmente, pelo reconhecimento de impairments (redução no valor recuperável de ativos) no valor de R$ 2,5 bilhões nas operações da Nexa em 2020 e pelo impacto da variação cambial no endividamento. Já em 2019, o resultado foi impactado  pelo efeito positivo da transação de Fibria. Esses efeitos foram parcialmente compensados ​​por melhores resultados operacionais, traduzidos no aumento da receita líquida e do Ebitda ajustado.

Em 2020, o Fluxo de Caixa Operacional (FCO) foi positivo em R$ 3,3 bilhões por conta da melhora do resultado operacional que, por sua vez, gerou efeito no capital de giro, principalmente da CBA e da Votorantim Cimentos.

O Fluxo de Caixa Livre (FCL) totalizou R$ 4,1 bilhões, com variação negativa de R$ 822 milhões em relação ao registrado em 2019 (R$ 4,9 bilhões), devido à transação da Fibria que ocorreu naquele ano. Houve também o efeito positivo da variação cambial sobre a posição de caixa, da qual 60% está denominada em moeda estrangeira.

Liquidez e endividamento

No fim de 2020, a dívida bruta totalizou R$ 25,1 bilhões, aumento de 27% em relação ao ano anterior. A variação decorre, principalmente, da desvalorização do real frente ao dólar norte-americano sobre a dívida em moeda estrangeira. O caixa, os equivalentes de caixa e as aplicações financeiras somaram R$ 15,4 bilhões, 40% dos quais denominados em reais.

A Votorantim e a Votorantim Cimentos contam ainda com duas Linhas de Crédito Rotativo (RCF, na sigla em inglês para Revolving Credit Facility), ambas disponíveis para saque e com vencimento em 2023, que totalizam US$ 700 milhões somadas, fortalecendo a posição de liquidez consolidada de R$ 19,1 bilhões no ano.

A dívida líquida de expansão foi R$ 11,3 bilhões, 13% superior ao registrado em dezembro de 2019 e a  alavancagem financeira, medida pela relação dívida líquida/Ebitda ajustado, atingiu 1,63x, redução de 0,31x na mesma comparação e o menor patamar desde 2008.

Em dezembro de 2020, a Votorantim anunciou a liquidação antecipada do bond com vencimento em abril de 2021. Com está liquidação, não há mais dívida remanescente na holding.

Investimentos

O Capex totalizou R$ 3,5 bilhões, 10% superior em relação a 2019. Os projetos de expansão representaram 36% do investimento total.

A Nexa foi responsável por 90% dos investimentos totais de expansão para o desenvolvimento do projeto Aripuanã, no Mato Grosso, mina subterrânea de zinco polimetálico e uma unidade de processamento, ambas com previsão de conclusão em 2021.

Já os projetos de expansão da Votorantim Cimentos responderam por 9% do total investido, incluindo a expansão da planta de moagem em Pecém, no Nordeste do Brasil, que adicionará 800 mil toneladas a sua capacidade atual.