Relatório Anual 2020

Receita líquida: R$ 5,4 bi
Ebitda ajustado: R$ 536 mi
Investimento social¹: R$ 3,3 mi
___Recursos próprios: R$ 2,1 mi
___Instituto Votorantim: R$ 1,2 mi

1Valor sob gestão do Instituto Votorantim. Não inclui recursos adicionais destinados a ações de combate à Covid-19.

O mercado de alumínio iniciou 2020 com desafios que foram além da pandemia da Covid-19. A volatilidade dos mercados devido à guerra comercial entre Estados Unidos e China, as incertezas sobre a atividade industrial nos principais mercados consumidores de alumínio e os anúncios de aumento da capacidade na China estabeleceram um cenário de potencial excesso de oferta de metal e queda de preço. Com a adoção de medidas de distanciamento social e a redução da atividade de alguns setores da economia, em decorrência da pandemia, o contexto que já era desafiador se deteriorou, fazendo com que o preço do alumínio na London Metal Exchange (LME) atingisse a mínima histórica, desde 2009, de US$ 1.422 por tonelada em abril.

Sob essa conjuntura, a CBA instalou um Comitê de Crise, a fim de revisar estratégias comerciais e operacionais, protegendo sua posição financeira, a saúde e o bem-estar dos seus empregados e das comunidades onde a companhia está inserida. Com agilidade, buscou alternativas no mercado, capturando oportunidades como a exportação de lingotes e o aumento da produção de folhas, impulsionada pela alta da demanda por embalagens, provocada pelo consumo de alimentos e bebidas na pandemia.

Com a normalização dos mercados a partir de julho e a retomada da confiança e da atividade industrial, houve ainda uma melhora dos preços e prêmios. Por outro lado, ocorreu uma queda na venda de produtos de maior valor agregado. Nesse cenário, a companhia registrou, no ano, receita líquida de R$ 5,4 bilhões e Ebitda ajustado de R$ 536 milhões, um avanço de 3% e uma redução de 38%, respectivamente.

No campo organizacional, a companhia reforçou seu posicionamento ESG ao participar ativamente do Pacto Global e do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), ao desenvolver projeto de estruturação de metas internas para contribuir com o alcance da agenda global de sustentabilidade, ao aderir aos Science Based Targets – assumindo o compromisso de reduzir suas emissões para manter o aumento da temperatura mundial em até 1,5 ºC até 2030 – e ao responder pela primeira vez ao CDP, atingindo a nota A-, que a enquadra na categoria de liderança no tema.

Conduziu ainda um amplo trabalho de divulgação de seu propósito e de mandato relacionado à sustentabilidade, fazendo com que temas ambientais, sociais e de governança fossem incorporados de forma transversal na CBA. Nessa frente, o Comitê de Sustentabilidade atuou para fomentar as melhores práticas ESG em todas as decisões internas, desde a operação das minas de bauxita até a destinação de investimentos e validação da cadeia de fornecedores. A ambição de ser uma empresa referência em sustentabilidade passa pela produção de alumínio de baixo carbono, aspecto no qual a companhia se destaca globalmente. Tanto que, no ano, contratou Notas de Crédito de Exportação (NCE) com selo verde, lastreadas em projetos sustentáveis e que fomentam exportações, que totalizaram R$ 500 milhões. Estes foram os primeiros títulos verdes na modalidade NCE emitidos no Brasil, demonstrando seu protagonismo em sustentabilidade.

No âmbito da cultura corporativa, em 2020, foram feitos avanços significativos no tema de diversidade, com engajamento da liderança, treinamentos e criação do Comitê de Diversidade, além do lançamento do “Guia de Diversidade e Inclusão”, que detalha a política interna sobre o tema, bem como discorre sobre conceitos de equidade de gênero, raça, LGBTQIA+, pessoas com deficiência e gerações.

A CBA também avançou em projetos com foco em ganho de produtividade e sustentabilidade, como o Green Soderberg, que reduzirá a emissão de gases na produção do metal, a instalação do Filtro Prensa, que altera a metodologia de disposição úmida de resíduos em barragem para disposição a seco na unidade de Alumínio, em São Paulo, e a execução de contratos para a construção de parques eólicos e geração de energia em conjunto com a Votorantim Energia, que diversificará ainda mais a matriz energética da companhia composta, majoritariamente, por fontes renováveis. Outro destaque foi a instalação de uma caldeira de biomassa na refinaria de alumina, que permitiu a substituição de combustíveis fósseis por cavaco de madeira, levando a reduções significativas de emissões de gases de efeito estufa.

Ainda em 2020, ocorreu o reposicionamento da marca Metalex, subsidiária de reciclagem de sucata da CBA, com anúncio de investimento de R$ 50 milhões na ampliação da produção de 70 para 90 mil toneladas e de utilização de sucata de alumínio de 60% para 80%, reduzindo, assim, a pegada de carbono na produção.

Outro destaque do ano foi a efetivação da aquisição da operação da unidade de laminados, localizada em Itapissuma, em Pernambuco, que consolidou a posição de liderança da CBA no mercado de embalagens no País e a posicionou de forma relevante nas Américas. Houve também a formalização da intenção de compra da unidade de níquel de São Miguel Paulista, em São Paulo, pela Jervois Mining, ainda sujeita ao cumprimento de condições precedentes.